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O Homem e a Terra

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"O Homem estará bem se o planeta estiver bem". Foi esta a frase que um determinado candidato de uma lista de um partido político participante no próximo acto eleitoral (a ter lugar em 9 de Junho de 2024) proferiu, certa vez, num tempo de antena radiofónico. De facto, já o poeta inglês William Blake (que viveu entre 1757 e 1827) havia escrito – no seu "Songs of Innocence and of Experience" – que "Onde o Homem não está a Natureza é um deserto". Ora, haverá, no entanto, estou certo, quem concorde com a espécie de união de bem-estar existente entre o Ser Humano e o planeta Terra, sim, mas se se servisse de uma outra frase para a descrever: "O planeta estaria bem se o Homem estivesse bem"...

O Museu

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O Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, inaugurou, há alguns anos já, uma exposição com o título "Museu das Descobertas". Escreveu, a propósito, no seu sítio na "Internet" o seguinte: "O efeito transfigurador que o museu tem sobre o visitante é consequência de um mundo insuspeito de saberes, aplicados no contínuo trabalho de preservar, estudar e comunicar dissipando engano e dúvida. O museu existe para proporcionar uma experiência pessoal a quem o visita, fruto daquela que desenvolvem os que nele trabalham, dia após dia. A experiência do museu assenta no ato magnético e muito pessoal da contemplação, e esta, por seu turno, origina-se no valor insubstituível do objeto como testemunho intemporal e redentor da capacidade criadora humana. Ao Museu Nacional de Arte Antiga pareceu oportuno levar a cabo a organização do presente projeto, abrigado sob a designação provocadora de Museu das Descobertas, num tempo que assiste a uma renovada atualidade do conceito de

Os emoglifos

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Foi no passado dia dezassete de Julho que se assinalou, em 2023, o "Dia Mundial do Emoji". Mas foi já em Dezembro de 2019 que o Museu de Israel, em Jerusalém, abriu ao público a exposição "Emoglyphs". Ora, limito-me a citar (depois de traduzir, claro) o texto na página a ela dedicada que o sítio do museu na "Internet" então publicou: "A escrita hieroglífica nasceu no Egipto há cerca de cinco mil anos. Inicialmente composta por centenas de imagens, a passagem do tempo ditou que essas mesmas imagens fossem substituídas por um código escrito contendo aproximadamente vinte sinais que constituem, ainda hoje, a cultura ocidental escrita*. Ora, poderia parecer, em dado momento da História, que a escrita através de imagens – ou, se se quiser, símbolos – havia sido abandonada para sempre. No entanto, num século XXI essencialmente digital, a imagem/símbolo – agora designada por emoji – "regressou à escrita com toda a força". Assim, esta exposição

A proeza de "Lord Byron"

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O lema escolhido pela "Federação Internacional de Natação" para assinalar o seu centésimo aniversário (em 2008) foi "Water is Our World" ("A Água é o Nosso Mundo", em língua portuguesa). Ora, é claro que poderá também ter sido, ainda que de forma involuntária, uma espécie de alerta para as consequências das alterações climáticas que já então exigiam – e poderão vir a exigir cada vez mais no futuro – a adopção de competências técnicas como a habituação ao meio aquático ou o saber nadar. Mas, ainda muito ‘longe’ das referidas "alterações climáticas", também havia já quem estivesse habituado ao "meio aquático", soubesse "nadar" e assumisse que a água era o seu mundo. De facto, como refere o livro que a escritora Luísa Costa Gomes publicou há já alguns anos – "Afastar-se" (originalmente publicado em 2021) –, "Lord Byron", o poeta inglês que viveu entre 1788 e 1824, foi como que o fundador da natação de compe

O livro e a distracção

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Assinala-se hoje, 23 de Abril, o "Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor". Com efeito, perguntava-se há exactamente um ano, num jornal, o seguinte: "Na era da distracção permanente ainda conseguimos ler um livro?". Penso que esta é, de facto, uma questão cada vez mais pertinente. Desde logo porque assume que este é um tempo em que tudo é feito para distrair o Ser Humano da realidade que o envolve. E que é, muitas vezes, penosa: por exemplo, a escritora norte-americana Jane Wagner (nascida em 1935) afirmou, certa vez, que a “realidade é a maior causa de stress para os que têm que lidar com ela”. Por exemplo, a personagem "Howard Beale", interpretada pelo actor Peter Finch no filme "Network" (de 1976), referiu, em dado momento, o seguinte: "A televisão não é a Verdade. A televisão é um maldito parque de diversões. A televisão é um circo, um corso carnavalesco, um conjunto de acrobatas, de contadores de histórias, de dançarinos, de

O futuro do regresso

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Inaugurou-se, há cerca de um ano, no "Pavilhão do Conhecimento - Centro Ciência Viva", em Lisboa, a exposição "Dinossauros - O Regresso dos Gigantes". Assim, creio que este título expositivo poderia ocasionar também, pelo menos, a elaboração de duas outras exposições – "Mamutes - O Regresso dos Gigantes" e "O Regresso dos Dodós", por exemplo. Efectivamente, há mais de um ano que li que a CIA, a "Central Intelligence Agency" norte-americana, havia investido numa empresa cujo objectivo comercial era 'resgatar' algumas espécies animais – como a dos referidos mamutes, precisamente – já extintas através do recurso à engenharia genética (recordo que a extinção dos mamutes ocorreu há milhares de anos). Mas foi, no entanto, há muito menos tempo que também li que uma empresa "start-up" igualmente norte-americana pretendia ‘recuperar’ uma espécie de aves que não voava chamada "Dodó": trabalhando em parceria com um

Relembrando o legado de São Francisco Xavier

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Numa altura em que se sentem por todo o mundo as ondas de choque provocadas pela intolerância religiosa – ou alimentadas por ela… – , penso ser importante lembrar o papel de São Francisco Xavier no diálogo entre pessoas com culturas e visões de Deus e do mundo completamente diferentes. E de como a sua aproximação e trato não é, de todo, impossível. Francisco Xavier nasceu no ano de 1506 no Castelo de Xavier, em Navarra, reino ibérico (mais tarde pertencente a Espanha). Celebram-se, por isso, em 2023, quinhentos e dezassete anos do seu nascimento. Oriundo de uma família abastada pôde, pois, estudar na Universidade de Paris e, depois, em Veneza. Tinha frequentado, ainda na capital francesa, o Colégio de Santa Bárbara e aqui conheceu, entre outros, Inácio de Loyola. No contexto da Reforma proposta pelo alemão Martinho Lutero e de uma certa crise identitária da Igreja Católica provocada pela ascensão do Protestantismo, decidem fundar a Companhia de Jesus. O monarca português de entã