Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta Europa

O Poder do Dinheiro

Imagem
No livro "The Power of Money: How Governments and Banks Create Money and Help Us All Prosper" (publicado em Maio de 2023) o economista de nacionalidade australiana e norte-americana Paul Sheard conclui que "a dívida contraída pelos governos não tem nunca que ser paga". Efectivamente, talvez o facto da dívida dos vários governos do mundo ascender actualmente a cerca de 300 triliões (ou seja, um milhão de biliões em Portugal ou trezentos acompanhado de dezoito zeros) de dólares norte-americanos ajude a corroborar esta conclusão. Mas, por exemplo, segundo o que tenho vindo a ler nalguma imprensa, o que mais preocupa alguns economistas baseados no continente europeu no momento presente é a "estagflação". Com efeito, "estagflação" significa, basicamente, que "a economia de um país apresenta, simultaneamente, um cenário de inflação, estagnação do desenvolvimento económico e aumento do desemprego". Se, na verdade, qualquer manual d

Retaliação à Cultura

Imagem
O livro "Russia’s War Against Ukraine: The Whole Story" que o historiador alemão Mark Edele escreveu e que a "Melbourne University Press" publicou no passado mês de Agosto (de 2023) aborda a "operação militar especial" encetada pela Rússia na Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022. Suponho, de facto, que sejam muitas as considerações de carácter militar e geopolítico aí ‘tecidas’. Mas talvez não de carácter cultural. Aproveitando, assim, para lembrar um excerto de uma entrevista que o filósofo português Eduardo Lourenço concedeu à estação pública portuguesa de rádio e de televisão, a RTP, e que esta transmitiu em 2016 – "A outra nação que não conta para nada nesta Europa chama-se Rússia. A ‘nova Rússia’. Enquanto a ‘nova Rússia’ não for incorporada no jogo capital da Europa, dos países, nós [continente europeu] não vamos para lado nenhum. (…) A Rússia é um país de grande cultura e, sobretudo, é um país que ainda tem uma alma profunda. Aquela na

Mais e menos europeu

Imagem
Desde meados do ano de 2018 que todos os edifícios públicos no estado da Baviera, na Alemanha, passaram obrigatoriamente a ostentar junto à respectiva porta de entrada (e de saída, claro) um crucifixo. Ou seja, um símbolo cristão. Ora, não demorei muito a lembrar-me da legenda atribuída ao beato San Andrés de Arroyo (do século XIII) – não confundir com o músico nascido na cidade espanhola de Oiartzun no século XIX José Francisco Arroyo – que tinha lido, alguns anos antes, na exposição "O Gabinete das Maravilhas – Atlas e Códices dos Melhores Arquivos e Bibliotecas do Mundo" patente nas instalações do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa: "é o mais europeu de todos os beatos". O que é que se pretenderia transmitir exactamente com estas palavras escritas já no século XXI? Nunca consegui, no entanto, dar uma resposta à minha própria pergunta: o que significaria, desde logo, ser-se "mais europeu" (e "menos europeu", evidentemente