O "Janus" humano
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Recordo algumas palavras que o cientista canadiano Hubert Reeves escreveu no seu "Malicorne – Reflexões de um observador da natureza" (editado em língua portuguesa na década de 1990 pela editora Gradiva) e que talvez tenham sido inspiradas pela leitura de "A Divina Comédia": "No pequeno Homo Sapiens tudo é demasiado. Nele, intimamente misturados, estão o sublime e o horrível. Há nele, em potência, Wolfgang Amadeus Mozart e Adolf Hitler". Ora, ambas as figuras nasceram na Áustria: o primeiro em Janeiro de 1756 e o segundo em Abril de 1889. Com efeito, o adjectivo com que Reeves descreveu Mozart – "sublime" – parece ser, de facto, apropriado, já que a Música, a sua ‘matéria’ de trabalho, seria, na definição do vindouro Napoleão Bonaparte, "a voz que nos diz que a espécie humana é melhor do que aquilo que julga". Já o adjectivo utilizado para caracterizar Adolf Hitler – "horrível" – também me parece ter sido bem escolhido: com