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Cultura asiática?

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É no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, que se podem ver os "biombos Namban". Pintados no Japão no século XVI (ou XVII?), os biombos retratam de uma forma um tanto ou quanto cinematográfica o momento da chegada, a essa terra, de uma nau dos "nambam jin" (os "bárbaros do Sul", como eram designados os portugueses): "homens com narizes grandes", "barbas cor de fogo" e "quatro olhos" (devido aos óculos). Ora, sem esquecer que aos portugueses coube, a partir de 1543, o ‘papel’ de intermediários no comércio da China com o exterior (o Japão, a Índia e a Europa, por exemplo), creio ser importante como que contrapor à interpretação física dos "nambam jin" uma outra. Escreveu, com efeito, o oficial de marinha, diplomata, jornalista e escritor português Wenceslau de Moraes (viveu entre 1854 e 1929) no seu "Dai-Nippon" acerca da postura dos japoneses na guerra contra a Rússia – no ‘início’ do século XX –, o s

Retaliação à Cultura

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O livro "Russia’s War Against Ukraine: The Whole Story" que o historiador alemão Mark Edele escreveu e que a "Melbourne University Press" publicou no passado mês de Agosto (de 2023) aborda a "operação militar especial" encetada pela Rússia na Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022. Suponho, de facto, que sejam muitas as considerações de carácter militar e geopolítico aí ‘tecidas’. Mas talvez não de carácter cultural. Aproveitando, assim, para lembrar um excerto de uma entrevista que o filósofo português Eduardo Lourenço concedeu à estação pública portuguesa de rádio e de televisão, a RTP, e que esta transmitiu em 2016 – "A outra nação que não conta para nada nesta Europa chama-se Rússia. A ‘nova Rússia’. Enquanto a ‘nova Rússia’ não for incorporada no jogo capital da Europa, dos países, nós [continente europeu] não vamos para lado nenhum. (…) A Rússia é um país de grande cultura e, sobretudo, é um país que ainda tem uma alma profunda. Aquela na

O rei D. João III e a Cultura

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No volume III da "História de Portugal" coordenada por José Mattoso escreveu o historiador e docente universitário António Rosa Mendes o seguinte: "É inquestionável que sob D. João III ganhou vulto um fenómeno de "investimento na cultura" que, tanto quantitativa quanto qualitativamente, não teve precedentes na nossa história. A modernização do aparelho cultural respondia, aliás, e a um tempo, a solicitações que se prendiam com a necessidade de acertar o passo pelo da Europa evoluída e com as exigências do processo de concentração, racionalização e secularização do Poder - portanto, da própria construção do Estado moderno". Ora, confesso que não percebo, no entanto, como é possível afirmar que esse monarca tenha feito um "investimento na cultura" sem paralelo em Portugal quando a Inquisição – cuja acção se revelaria 'cheia' de perseguições, repressões e censuras – foi criada pelo Papa (Paulo III), sim, mas sob pressão do próprio D. João