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A comédia, o auto e a floresta

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O Teatro Romano do Museu de Lisboa leva este mês à cena o texto escrito pelo autor romano Plauto (que viveu entre os anos 254 antes da data geralmente atribuída ao nascimento de Jesus Cristo e 184 antes da mesma data)* "A Comédia dos Burros". Que foi uma crítica a alguns valores existentes na sociedade de então. Ora, centenas de anos depois, foi Gil Vicente – por muitos considerado como o "pai" do teatro em Portugal – a censurar a sociedade do país: desde logo com o "Auto da Índia" e depois com a "Floresta de Enganos". Com efeito, o "Auto da Índia", tendo sido uma das primeiras farsas de Gil Vicente foi, justamente, também uma das primeiras obras representadas em toda a Península Ibérica a apresentar um enredo composto por diversas personagens ao contrário de um simples monólogo como era, de resto, habitual apresentar-se em contexto real. O "Auto da Índia" teve a sua primeira representação no início do século XVI (em 1509

O rei D. João III e a Cultura

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No volume III da "História de Portugal" coordenada por José Mattoso escreveu o historiador e docente universitário António Rosa Mendes o seguinte: "É inquestionável que sob D. João III ganhou vulto um fenómeno de "investimento na cultura" que, tanto quantitativa quanto qualitativamente, não teve precedentes na nossa história. A modernização do aparelho cultural respondia, aliás, e a um tempo, a solicitações que se prendiam com a necessidade de acertar o passo pelo da Europa evoluída e com as exigências do processo de concentração, racionalização e secularização do Poder - portanto, da própria construção do Estado moderno". Ora, confesso que não percebo, no entanto, como é possível afirmar que esse monarca tenha feito um "investimento na cultura" sem paralelo em Portugal quando a Inquisição – cuja acção se revelaria 'cheia' de perseguições, repressões e censuras – foi criada pelo Papa (Paulo III), sim, mas sob pressão do próprio D. João