Os salvadores de Arte

O fio condutor do livro "The Monuments Men: Allied Heroes, Nazi Thieves and the Greatest Treasure Hunt in History" – da autoria do empresário e escritor norte-americano Robert M. Edsel e do também escritor norte-americano Bret Witter e publicado em Setembro de 2009 (e, claro, do filme "The Monuments Men" que foi ‘lançado’ em 2014) – foi a equipa de, por exemplo, directores de museus, curadores e historiadores de arte de nacionalidade britânica e norte-americana que, durante a II Guerra Mundial (atrás da chamada "linha da frente") mas numa espécie de corrida contra o tempo para evitar que a barbárie imposta pelo Nacional-Socialismo conseguisse destruir mais do que o que tinha já logrado alcançar, colocando em risco a sua própria existência física a percorrer a Europa, conseguiu pôr a salvo peças de arte que soldados e ‘aventureiros’ nazis haviam roubado para que Adolf Hitler conseguisse exibir no por si idealizado "Museu das Artes" – o "Führermuseum" – cuja construção (nunca concretizada) estava prevista para Linz, na Áustria, perto da vila onde ele próprio havia nascido: os "Monuments Men".
Museu onde não figuraria, evidentemente, qualquer peça que, em Julho de 1937, integrara a "Exposição de arte degenerada" que Joseph Goebbels, o mestre da propaganda do regime "nazi", então inaugurou. Peças que representavam, defendiam, a decadência moral e a loucura. Ora, tal censura mais não era do que o meio para impedir que a Arte – como explicara o escritor russo Lev Tolstoi (que viveu entre 1828 e 1910) –, enquanto actividade humana, pudesse, "por meio de símbolos externos, transmitir a outros determinados sentimentos que o seu autor experimentou, de forma que esses outros pudessem ser igualmente influenciados por esses mesmos sentimentos e os experimentassem também".

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