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Alexandre, Vladimir e Xi

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Muito se comentou sobre a visita que o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, efectuou ao "Kremlin" e ao seu homólogo da Federação da Rússia, Vladimir Putin, no final do passado mês de Março do passado ano. E muitas fotografias foram, então, tiradas. Entre elas, uma que ilustrou um artigo publicado digitalmente pelo "South China Morning Post" (jornal publicado em Hong Kong). Mas quem foi a pessoa cujo retrato é visível nesta mesma fotografia? Com efeito, esse homem nasceu em Abril de 1818 na actual capital da Rússia, Moscovo, e foi filho do imperador (ou "czar") "Nicolau I" (recorde-se também que antes de se tornar imperador, "Nicolau I" foi o "duque Nikolay Pavlovich"). Representando, pois, a dinastia "Romanov". Sendo o filho do imperador, também ele se tornou imperador da Rússia: na sequência da morte de "Nicolau I" em 1855, no auge da "Guerra da Crimeia", e após ter

Os salvadores de Arte

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O fio condutor do livro "The Monuments Men: Allied Heroes, Nazi Thieves and the Greatest Treasure Hunt in History" – da autoria do empresário e escritor norte-americano Robert M. Edsel e do também escritor norte-americano Bret Witter e publicado em Setembro de 2009 (e, claro, do filme "The Monuments Men" que foi ‘lançado’ em 2014) – foi a equipa de, por exemplo, directores de museus, curadores e historiadores de arte de nacionalidade britânica e norte-americana que, durante a II Guerra Mundial (atrás da chamada "linha da frente") mas numa espécie de corrida contra o tempo para evitar que a barbárie imposta pelo Nacional-Socialismo conseguisse destruir mais do que o que tinha já logrado alcançar, colocando em risco a sua própria existência física a percorrer a Europa, conseguiu pôr a salvo peças de arte que soldados e ‘aventureiros’ nazis haviam roubado para que Adolf Hitler conseguisse exibir no por si idealizado "Museu das Artes" – o "Führe

Os "bullshit jobs" e a "revolução industrial"

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O antropólogo norte-americano David Graeber (viveu entre 1961 e 2020) plasmou no livro a que atribuiu o título "Bulls*** Jobs: A Theory" (que foi publicado em 2018) que uma enorme quantidade de trabalhadores – na Europa e na América do Norte, sobretudo – passava a sua vida profissional a realizar tarefas que, secretamente, acreditavam ser inúteis. Acredito, no entanto, que esse sentimento de frustração causado pela inutilidade laboral irá diminuir brevemente: alguns economistas têm vindo a prever que a tecnologia associada à chamada "Inteligência Artificial" poderá vir a substituir várias centenas de milhões de postos de trabalho ocupados por seres humanos em todo o mundo. Recordo que foi já no passado mês de Março (de 2023) que o banco de investimento Goldman Sachs divulgou um documento prevendo que cerca de dezoito por cento da força de trabalho em todo o mundo poderia ser simplesmente substituída pelos ‘instrumentos’ automatizados da "Inteligência

A realidade e a que poderia ser

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Foi em Agosto de 1867 que o então primeiro-ministro da Prússia (ou "Königsberg"), Otto Bismarck, afirmou, numa entrevista, que "a política é a arte do possível". Ora, seria, precisamente, através da "Política" que Bismarck fundaria, em 1871, o império alemão. Foi, na verdade, o "Segundo Império": o primeiro havia sido o "Sacro Império Romano-Germânico" (entre os anos 962 e 1806) e o terceiro (criado por Adolf Hitler) entre 1933 e 1945. Mas não foi, no entanto, directamente devido à "Política" que em 1992 que foi publicado o livro "Fatherland" que o escritor e jornalista britânico Robert Harris escrevera. Trata-se, basicamente, de um exercício de imaginação: como seria o mundo de então se os "nazis" (a ‘máquina’ ideológica e política controlada pelo Nacional-Socialismo) tivessem ganho a Segunda Guerra Mundial e o Terceiro "Reich" pudesse ‘sonhar’ em durar, efectivamente, os mil anos prometidos

Os antepassados do epíteto

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A selecção masculina de futebol da Mauritânia (que participou, aliás, na edição de 2024 da "Taça das Nações Africanas", a CAN) tem – como, de resto, muitas selecções de futebol em todo o mundo – uma espécie de designação identificativa: os (cada jogador, pois) "Mourabitounes". Referência a uma antiga dinastia muçulmana, a Almorávida, surgida no Norte de África no século XI. Muito depois, portanto, do desaparecimento da "Mauritânia Tingitana", a província do Império Romano no Noroeste do continente africano (correspondendo actualmente à área designada "Norte de Marrocos") e do relato que fez ao papado de então (do século XV) o bispo de Évora sobre as acções portuguesas aí desenvolvidas… E também muito depois da existência de uma moeda cunhada em Portugal com o nome "morabitino": foi, com efeito, no século XII que esta moeda – cujo nome deriva da ocupação islâmica verificada no país – circulou (e cujos símbolos pretendiam demonstrar a

A história da Índia

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Foi há dias que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, inaugurou um templo erguido em honra do deus hindu Ram. Que aproveitou, de resto, as instalações de uma mesquita construída no século XVI mas que havia sido arrasada em 1992 por adeptos hindus. Mas foi, no entanto, já há vários anos que vi e ouvi há dias, num qualquer canal televisivo, um documentário sobre a Pérsia. Documentário produzido e realizado pela "British Broadcasting Corporation" (ou B.B.C.), acrescente-se. Assim, em dado momento, fez-se referência a uma invasão chefiada por Gengis Khan. Ou seja, pelo exército mongol, espécie de ‘personificação’ do Império Mongol, precisamente. Porém, a(s) pessoa(s) encarregada(s) da legendagem de tal ‘peça’ televisiva optou(aram) por designar a referida invasão de...Mogol. Ora, se é um facto histórico que os Mongóis invadiram (militarmente, pois) a Pérsia (ou Irão, como é, quase sempre, actualmente, designada), a Pérsia nunca esteve sujeita ao Império Mogol. Fo

Os almirantes, o râguebi e o homem primitivo

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Nunca fui um admirador entusiasta (ou "fã"…) de râguebi. Tal não é, no entanto, minimamente relevante para o pequeníssimo texto que quero escrever seguidamente. Que é este: no campeonato do mundo da modalidade que se realizou em 2023 (em França), adeptos britânicos, trajados com indumentárias iguais às usadas pelos almirantes no século XVIII, foram expulsos do jogo a que ‘assistiam’ por exibirem comportamentos fisicamente agressivos e violentos. Com efeito, talvez seja apropriado recordar uma frase esboçada pelo escritor francês Hippolyte Jean Giraudoux (que viveu entre 1882 e 1944): "O desporto é o único meio de conservar no homem as qualidades do homem primitivo"...