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A mostrar mensagens de fevereiro, 2024

Os "bullshit jobs" e a "revolução industrial"

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O antropólogo norte-americano David Graeber (viveu entre 1961 e 2020) plasmou no livro a que atribuiu o título "Bulls*** Jobs: A Theory" (que foi publicado em 2018) que uma enorme quantidade de trabalhadores – na Europa e na América do Norte, sobretudo – passava a sua vida profissional a realizar tarefas que, secretamente, acreditavam ser inúteis. Acredito, no entanto, que esse sentimento de frustração causado pela inutilidade laboral irá diminuir brevemente: alguns economistas têm vindo a prever que a tecnologia associada à chamada "Inteligência Artificial" poderá vir a substituir várias centenas de milhões de postos de trabalho ocupados por seres humanos em todo o mundo. Recordo que foi já no passado mês de Março (de 2023) que o banco de investimento Goldman Sachs divulgou um documento prevendo que cerca de dezoito por cento da força de trabalho em todo o mundo poderia ser simplesmente substituída pelos ‘instrumentos’ automatizados da "Inteligência

A realidade e a que poderia ser

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Foi em Agosto de 1867 que o então primeiro-ministro da Prússia (ou "Königsberg"), Otto Bismarck, afirmou, numa entrevista, que "a política é a arte do possível". Ora, seria, precisamente, através da "Política" que Bismarck fundaria, em 1871, o império alemão. Foi, na verdade, o "Segundo Império": o primeiro havia sido o "Sacro Império Romano-Germânico" (entre os anos 962 e 1806) e o terceiro (criado por Adolf Hitler) entre 1933 e 1945. Mas não foi, no entanto, directamente devido à "Política" que em 1992 que foi publicado o livro "Fatherland" que o escritor e jornalista britânico Robert Harris escrevera. Trata-se, basicamente, de um exercício de imaginação: como seria o mundo de então se os "nazis" (a ‘máquina’ ideológica e política controlada pelo Nacional-Socialismo) tivessem ganho a Segunda Guerra Mundial e o Terceiro "Reich" pudesse ‘sonhar’ em durar, efectivamente, os mil anos prometidos

Os antepassados do epíteto

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A selecção masculina de futebol da Mauritânia (que participou, aliás, na edição de 2024 da "Taça das Nações Africanas", a CAN) tem – como, de resto, muitas selecções de futebol em todo o mundo – uma espécie de designação identificativa: os (cada jogador, pois) "Mourabitounes". Referência a uma antiga dinastia muçulmana, a Almorávida, surgida no Norte de África no século XI. Muito depois, portanto, do desaparecimento da "Mauritânia Tingitana", a província do Império Romano no Noroeste do continente africano (correspondendo actualmente à área designada "Norte de Marrocos") e do relato que fez ao papado de então (do século XV) o bispo de Évora sobre as acções portuguesas aí desenvolvidas… E também muito depois da existência de uma moeda cunhada em Portugal com o nome "morabitino": foi, com efeito, no século XII que esta moeda – cujo nome deriva da ocupação islâmica verificada no país – circulou (e cujos símbolos pretendiam demonstrar a